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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Preparativos dos Conselhos Agrícolas Municipais visando a 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário

ENTREVISTA

Roberto Machado, engenheiro agrônomo extensionista da CATI


Como noticiado na edição 129 do Jornal Pires Rural, os preparativos para a 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (2ª CNDRSS), já começaram em todo o Brasil, os estados do Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Acre realizam encontros regionais preparatórios para os eventos territoriais, estaduais e nacional, previstos para setembro deste ano. Em São Paulo, na nossa região, mais precisamente no EDR de Mogi-Mirim, o engenheiro agrônomo extensionista da CATI, Roberto Machado (foto) foi eleito representante estadual para participar da 1ª Conferência ocorrida no ano de 2008 na cidade de Olinda-PE. Entrevistamos Roberto para sabermos como estão os preparativos dos Conselhos Agrícolas Municipais visando o encontro na 2ª Conferência. Leia a seguir:


Jornal Pires Rural: Você tem articulado algo para as pré-Conferências regionais com vista a participar da 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário?
Roberto Machado: Ao nível regional não recebemos, até o momento, nenhuma informação ou instrução a respeito da realização destas Conferências e da nossa participação nelas.


Jornal Pires Rural:Sua articulação está em nível municipal ou regional?
Roberto Machado: Em 2008, para a 1ª Conferência cuidamos da articulação e realização da  Conferência regional e da participação regional na Conferência estadual, onde após participar como representante da extensão fui indicado a participar da Conferência Nacional. Praticamente não houve tempo para a realização das Conferências municipais. Faltou o trabalho de base, apesar de termos realizado bom trabalho a nível regional na época.

Jornal Pires Rural: Como a CATI está orientando seus profissionais quanto a essa segunda Conferência?
Roberto Machado: Como disse não fomos ainda comunicados. Temos um trabalho constante e intenso em alguns municípios no que se refere a representação dos Conselhos Agrícolas Municipais e na elaboração participativa dos Planos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável que são, ou deveriam ser, a base de trabalho para as Conferências Municipais. Dessa forma é que deveríamos conduzir a Conferência nos municípios, ou seja, fortalecendo a representação nos Conselhos Agrícolas Municipais. 

Jornal Pires Rural: De que forma o pequeno agricultor pode participar e possa ter suas demandas levadas em consideração?
Roberto Machado: Organizar-se pela Conferência a nível municipal seria a primeira providencia. Acredito que fomentar a participação do agricultor é uma tarefa importantíssima, mas de forma articulada e consequente, pois não vimos resultados práticos das Conferências realizadas em 2008, mesmo que eles existam pela "influência" destas ações nas posteriores ações políticas de envolvimento de seus representantes. Se o produtor da nossa região não coloca suas demandas, produtores de outras regiões colocarão as suas, e perdemos a possibilidade de ver as diferenças regionais, e mesmo culturais, influenciar as políticas para o Plano Nacional a serem propostas.


Jornal Pires Rural: Em sua opinião como o poder publico (prefeituras) deve estimular o envolvimento dos produtores para essa 2ª Conferência Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário? Essa é uma tarefa de responsabilidade do poder publico?
Roberto Machado: Acredito ser uma tarefa da extensão rural e das organizações ligadas ao desenvolvimento rural, o que inclui as Prefeituras e seus departamentos. A Conferência a nível municipal deve servir de base para novas políticas ou alteração das  existentes. Afinal é no município que as políticas são colocadas em pratica.


Jornal Pires Rural: Quem perde quem ficar de fora dessa ação?
Roberto Machado: Todos, pois ela se realizará de qualquer forma e quanto menos participação, menos representativa será a Conferência, o seu resultado e menos abrangente serão suas proposições e bandeiras, mantendo a visão sempre distorcida que a sociedade tem dois diferentes atores do Desenvolvimento Rural Sustentável.

Capa da edição 130 do Jornal Pires Rural


[Matéria publicada originalmente na edição 130 do Jornal Pires Rural, 16/05/2013 - www.dospires.com.br]

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