Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Dou-lhe uma, dou-lhe duas: Mogi-Mirim faz tradicional leilão de gado


Realizado constantemente às quintas-feiras o leilão de gado, promovido pelo Sindicato Rural Patronal de Mogi-Mirim, atrai compradores, vendedores, amigos, curiosos e emprega cerca de 50 pessoas a cada noite de lances. Atentos, os compradores parecem hipnotizados pela narração do leiloeiro, que carrega consigo a missão de descrever as características como: raça, peso (arroba), valor, prazo de pagamento, idade (ou era), de cada lote que entra na pista. Amparado por 3 auxiliares de pista, que ficam atentas a cada lance (sutil) dos compradores, elas comunicam-se através de uma linguagem própria, com sinais, gestos e sons característicos com o leiloeiro, que fica lá atrás do redondel. Como nos conta a auxiliar de pista Jaqueline de Alessandri Possi, há 21 anos nesse ramo; “Nossa função é ser uma “ponte” entre o leiloeiro e o comprador de gado. Para isso, somos um pouco artistas às vezes, para indicar que o lote está vendendo, quando na realidade não está, fazemos uma espécie de teatro”. Jaqueline, que tem uma agenda lotada de leilões durante a semana, trabalha em Franca, Casabranca e duas vezes em Mogi-Mirim, diz ter uma boa remuneração, mas não revela cifras e completa “a importância do leilão é a facilidade de juntar vários compradores, tendo a oportunidade de escolher entre diversos tipos de animais, num só local”.



A promotora de eventos do Sindicato Rural, Cristina Borgheti, é a responsável por checar os detalhes pra tudo dar certo na hora do leilão, “Na área de leilão somos pioneiros na região; nesse local, que pertence ao Sindicato, já são mais de 18 anos. O leilão acontece toda semana, todo ano e, acabou virando uma tradição. O Sindicato tem uma equipe que cuida de toda a documentação, corre atrás de vendedores e criadores, dando preferência aos cadastrados, porque temos certa responsabilidade e para evitar gado roubado. Ainda assim, o que vale mais na hora da venda é “fio do bigode”. Hoje, se chegar algum desconhecido, procuramos saber quem é ou quem trouxe e perguntamos: “você venderia para essa pessoa?”, caso contrário, só liberamos o gado se for pagamento à vista. Temos pessoas aqui de várias cidades como Itatiba, Campinas, Andradas, Limeira, São João da Boa Vista, Espírito Santo do Pinhal, Cosmópolis e abrangemos um raio de 150 km. Não somos uma região tradicionalmente pecuarista, mas somos um leilão familiar, onde o produtor vem com sua família se divertir e fazer negócios”.


Pelo outro lado está Nilson Carlos Sia, pecuarista, que sempre participa de leilões. Na noite de quinta-feira, em que a reportagem do Jornal Pires Rural esteve presente, Nilson levou alguns de seus animais para serem vendidos e nos contou um pouco de sua experiência como criador; “para nós, o Nelore é melhor para venda porque é mais procurado. Quando o cliente compra um tourinho Nelore para melhorar o gado dele, no ano quem vem, ela já pode trazer os bezerros aqui pra vender, o que já representa lucro. Vir aqui é bom para fazermos contatos, pois estamos próximos de todos os compradores e vendedores. No dia que não tem o leilão sentimos falta. Apesar do movimento nos leilões ter caído, esperamos que a tendência seja a volta do boi na região, porque a cana-de-açúcar esta ficando para trás”, prevê Nilson.

[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.
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