Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Dou-lhe uma, dou-lhe duas: Mogi-Mirim faz tradicional leilão de gado


Realizado constantemente às quintas-feiras o leilão de gado, promovido pelo Sindicato Rural Patronal de Mogi-Mirim, atrai compradores, vendedores, amigos, curiosos e emprega cerca de 50 pessoas a cada noite de lances. Atentos, os compradores parecem hipnotizados pela narração do leiloeiro, que carrega consigo a missão de descrever as características como: raça, peso (arroba), valor, prazo de pagamento, idade (ou era), de cada lote que entra na pista. Amparado por 3 auxiliares de pista, que ficam atentas a cada lance (sutil) dos compradores, elas comunicam-se através de uma linguagem própria, com sinais, gestos e sons característicos com o leiloeiro, que fica lá atrás do redondel. Como nos conta a auxiliar de pista Jaqueline de Alessandri Possi, há 21 anos nesse ramo; “Nossa função é ser uma “ponte” entre o leiloeiro e o comprador de gado. Para isso, somos um pouco artistas às vezes, para indicar que o lote está vendendo, quando na realidade não está, fazemos uma espécie de teatro”. Jaqueline, que tem uma agenda lotada de leilões durante a semana, trabalha em Franca, Casabranca e duas vezes em Mogi-Mirim, diz ter uma boa remuneração, mas não revela cifras e completa “a importância do leilão é a facilidade de juntar vários compradores, tendo a oportunidade de escolher entre diversos tipos de animais, num só local”.



A promotora de eventos do Sindicato Rural, Cristina Borgheti, é a responsável por checar os detalhes pra tudo dar certo na hora do leilão, “Na área de leilão somos pioneiros na região; nesse local, que pertence ao Sindicato, já são mais de 18 anos. O leilão acontece toda semana, todo ano e, acabou virando uma tradição. O Sindicato tem uma equipe que cuida de toda a documentação, corre atrás de vendedores e criadores, dando preferência aos cadastrados, porque temos certa responsabilidade e para evitar gado roubado. Ainda assim, o que vale mais na hora da venda é “fio do bigode”. Hoje, se chegar algum desconhecido, procuramos saber quem é ou quem trouxe e perguntamos: “você venderia para essa pessoa?”, caso contrário, só liberamos o gado se for pagamento à vista. Temos pessoas aqui de várias cidades como Itatiba, Campinas, Andradas, Limeira, São João da Boa Vista, Espírito Santo do Pinhal, Cosmópolis e abrangemos um raio de 150 km. Não somos uma região tradicionalmente pecuarista, mas somos um leilão familiar, onde o produtor vem com sua família se divertir e fazer negócios”.


Pelo outro lado está Nilson Carlos Sia, pecuarista, que sempre participa de leilões. Na noite de quinta-feira, em que a reportagem do Jornal Pires Rural esteve presente, Nilson levou alguns de seus animais para serem vendidos e nos contou um pouco de sua experiência como criador; “para nós, o Nelore é melhor para venda porque é mais procurado. Quando o cliente compra um tourinho Nelore para melhorar o gado dele, no ano quem vem, ela já pode trazer os bezerros aqui pra vender, o que já representa lucro. Vir aqui é bom para fazermos contatos, pois estamos próximos de todos os compradores e vendedores. No dia que não tem o leilão sentimos falta. Apesar do movimento nos leilões ter caído, esperamos que a tendência seja a volta do boi na região, porque a cana-de-açúcar esta ficando para trás”, prevê Nilson.

[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.
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domingo, 1 de julho de 2018

Sistema Alternativo de Criação de galinhas caipiras - Embrapa Meio-Norte




A Embrapa Meio-Norte apresentou o sistema de criação de galinha caipira voltado para o produtor rural familiar, durante a Agrifam 2009 por meio do analista da Embrapa Meio-Norte, José Alves Câmara. O sistema trata-se de um trabalho onde são apresentadas recomendações técnicas e inovações tecnológicas, que viabilizam a criação de galinha caipira, tornando-a uma ave competitiva, inserindo-a no mercado de produtos agroecologicamente corretos, uma vez que pode ser criada com o uso racional dos recursos naturais renováveis. O sucesso da criação está na alimentação, exigências básicas de higiene e as boas práticas de abate.

Os brasileiros estão valorizando pratos tradicionais regionais, como o frango caipira, preparado conforme a cultura de cada canto do país. “ A galinha caipira tem ganho mercado em constante ampliação. Existe mercado e a demanda não está sendo suprida. Eu mesmo sou apreciador da carne de galinha caipira e em algumas épocas do ano tenho dificuldades para encontrá-la. Na nossa região (norte) os restaurantes estão se especializando no preparo da carne de galinha caipira e o produtor rural familiar não está dando conta de atender a demanda”, conta José Alves Câmara, analista da Embrapa Meio- Norte, especialista em culturas anuais.

Segundo o analista da Embrapa Meio-Norte, José Alves Câmara, este sistema se adequa somente a galinha caipira tradicional, a ave de canelinha fina, que atinge em média 1,5kg. Esse sistema foi planejado para o produtor rural familiar, então a alimentação das aves deve ser produzida com o reaproveitamento da produção da propriedade, ou seja, a ração comercial não é utilizada em nenhuma fase do desenvolvimento da ave. Câmara é categórico na afirmação, nenhum alimento comercial. “O produtor deve reaproveitar a produção da “fazenda”e comprar apenas as vacinas, porque se não for dessa forma a ave não será caipira, tampouco a produção se paga”, orienta Câmara.

O sucesso da criação está na alimentação, exigências básicas de higiene e as boas práticas de abate. Embora seja reconhecida como uma fonte de alimentos de alta qualidade protéica (carne e ovos), e tenha se transformado ao longo desse período em um dos pratos típicos conhecidos em todo o território brasileiro, a criação de galinhas caipiras é precária em termos zootécnicos, com prejuízo para sua produtividade.

A galinha caipira, Gallus gallus domesticus, pertence ao grupo de aves galiformes e fasianídeas, sendo encontrada em todos os continentes do planeta, com mais de 24 bilhões de cabeças (FUMIHITO et al., 1996; PERRINS, 2003). Introduzida na época do descobrimento do Brasil, originária de quatro ramos genealógicos distintos, o americano, o mediterrâneo, o inglês e o asiático, a galinha caipira não recebendo as práticas de manejo adequadas, adquiriu resistência a algumas doenças e ao clima local.

Através de acasalamento de todas as formas, inclusive consangüíneos, as galinhas caipiras atuais apresentam semelhanças com as principais raças que as originaram Andalusian (espanhola, ornamental de ovos brancos), Buff Phymouth Rock (americana, mista de ovos marrom), Silver Spangled Hamburgs (poedeira alemã, ornamental de ovos brancos), Australorp (australiana, corpo intermediário e ovos marrons), Columbian Wyandottes (americana, mista de ovos marrons), Assel (oriental e musculosa, ovos brancos e azuis), Partridge Phymouth Rock (americana, mista, de ovos marrons) e Brown Leghor (inglesa, poedeira de ovos brancos). As semelhanças se referem não somente em termos de plumagem e porte, mas também em carcaça.



Alimentação - Manejo nutricional
A alimentação representa cerca de 70 % do custo da produção das aves, principalmente porque as matérias-primas são largamente usadas tanto para criação de aves altamente tecnificadas quanto para o consumo humano. Portanto, devem-se buscar fontes alternativas de alimentos, principalmente energéticos e protéicos, como também de formulações que atendam às necessidades qualitativas e econômicas de produção da galinha caipira.

No caso das galinhas caipiras, não se tem interesse de acelerar o crescimento por meio de promotores como antibióticos e hormônios, e nem aumentar a digestibilidade e a eficiência digestiva por meio de enzimas e aminoácidos sintéticos. O desafio na criação de galinhas caipiras é tornar a produção mais eficiente com a diminuição dos custos com alimentação, sem perder as características dos seus produtos. A saída, então, seria se conhecer mais o potencial nutritivo que se tem em cada ecossistema, grãos, folhas, frutos etc., processá-los sem perdas, torná-los disponíveis sempre que necessário, e ofertá-los às aves de acordo com as necessidades e peculiaridades de cada fase de criação.

Grande maioria dos produtos que compõem a dieta das galinhas caipiras é de origem vegetal, portanto, a qualidade desses produtos depende do processamento, ambiente de origem (clima e solo) e da planta (espécie, tipo ou variedade e idade).


Apresentação e acondicionamento dos alimentos
O fornecimento de rações secas é recomendável, tendo em vista a facilidade de ocorrência de fermentação nos materiais úmidos, resultando em casos de doenças oportunistas. Para facilitar a digestão, os ingredientes após o devido processamento, desidratação e moagem são transformados em farelos e farinhas, podendo ser incluídos nas dietas, de acordo com o plano de alimentação estabelecido para o plantel.


Importância da água na alimentação das aves
O fornecimento de água para as aves deve ser feito em quantidade suficiente e com boa qualidade. Estima-se que as aves consomem de água o dobro da ração fornecida. A água de boa qualidade deve ser incolor, sem sabor, sem odor e livre de impurezas, devendo ser renovada diariamente. Os bebedouros devem estar sempre limpos e em locais e alturas que permitam o livre acesso das aves.


Tipos de alimentos
Os alimentos essencialmente energéticos são aqueles que apresentam, em mais de 90 % da matéria seca, elementos básicos fornecedores de energia. Podem ser utilizados em pequenas proporções (açúcar, gordura de aves, gordura bovina, melaço em pó, óleo de soja degomado ou bruto) ou em proporções maiores, como no caso da raiz de mandioca integral seca.

Os alimentos energéticos (com mais de 3.000 kcal/kg do alimento) também podem ser fornecedores de proteína, por exemplo, a quirera de arroz, a cevada em grão, o soro de leite seco, o grão de milho moído, o sorgo de baixo tanino, o trigo integral, o trigo mourisco, o triguilho e o triticale etc, mas só são considerados protéicos os alimentos com mais de 16 % de proteína bruta.

A fibra bruta é um elemento limitante na digestão dos alimentos. Portanto, devem ser fornecidos com cuidado, alimentos com mais de 6 % de fibra bruta. Alguns ingredientes energéticos, tais como o farelo de arroz integral, o farelo de amendoim, a aveia integral moída, o farelo de castanha de caju, a cevada em grão com casca, a polpa de citrus, o farelo de coco, a torta de dendê, o grão de guandu cozido, a raspa de mandioca, apesar de possuírem energia metabolizável acima de 2.600 kcal/kg, têm teor de fibra bruta acima de 6 %.

Alguns alimentos com menor energia (valor máximo de 2400 kcal/kg) e menor proteína (abaixo de 17 %) e com fibra bruta acima de 6 % são o farelo de algaroba, o farelo de arroz desengordurado, o farelo de polpa de caju, a casca de soja e o farelo de trigo.

Outro grupo de alimentos que tem alta fibra bruta (acima de 10 %), baixa energia (energia metabolizável menor que 2.400 kcal/kg) e uma razoável percentagem de proteína bruta (maior que 17 %), tais como o feno moído de alfafa, o farelo de algodão, o farelo de babaçu, o farelo de canola e o farelo de girassol devem ser incluídos criteriosamente na dieta das aves.

O leite desnatado em pó, a levedura seca, o glúten de milho, as farinhas de origem animal (de penas, vísceras e sangue), a soja cozida seca, a soja extrusada, alguns tipos de farelos de soja e a soja integral tostada são considerados alimentos mais completos por apresentarem elevado teor protéico (mais de 36% de proteína bruta) e energético (acima de 3.200 kcal/kg de alimento). Tais alimentos são usados como opções de ajuste nas dietas das aves.

Outros alimentos, ao mesmo tempo em que são altos fornecedores de proteína, também possuem elevada densidade mineral, tais como, as farinhas de carne e ossos e a farinha de peixe. Vale a pena ressaltar que esses últimos alimentos são incluídos em pequenas proporções nas dietas e podem ter suas composições bastante variadas.

A dieta balanceada tem que possuir ingredientes que supram as necessidades estruturais, produtivas e também influenciem na capacidade de absorção de nutrientes das aves. Tal função fica a cargo dos minerais como o cálcio, o fósforo e o sódio, que se encontram no calcário calcítico, fosfato bicálcico, fosfato monoamônio, farinha de ossos calcinada, farinha de ostras e sal comum.

Aditivos
Pouco utilizados em dietas de galinhas caipiras, uma vez que não se recomenda a inclusão de promotores de crescimento (antibióticos e hormônios), enzimas e aminoácidos sintéticos, pois além de influenciarem na qualidade dos produtos, aumentam também o custo de produção.

Para facilitar a captura de ração farelada pela ave, é aconselhável que sejam inseridos como aglutinantes das partículas aditivos como o óleo e açúcar em proporções que não comprometam o balanceamento da dieta.

O preparo das rações
A estrutura necessária para o preparo das rações compreende desde o local apropriado, que deve ser limpo e isento de qualquer tipo de contaminação, aos equipamentos moinho, balança e misturador. O responsável pela execução da atividade deve dominar os cálculos matemáticos para composição das dietas e a operacionalização dos equipamentos.

Conhecidas as proporções de cada ingrediente e estando os mesmos moídos e em estado próprio para o consumo, inicia-se a pesagem pelos ingredientes de menores quantidades, fazendo-se com eles uma mistura prévia, de modo a facilitar a sua distribuição uniforme na mistura total. .

Se a quantidade de ração a ser feita for pequena, podem-se misturar manualmente os ingredientes e utilizar o misturador somente para maiores quantidades. Recomenda-se que sejam verificados a uniformidade da mistura e se o tempo utilizado corresponde ao que se espera para a ocupação de mão-de-obra e gasto de energia.

No caso de matrizes em postura, recomenda-se o fornecimento diário de ração em torno de 6 % do peso vivo da ave, inclusive para o reprodutor. Essa quantidade manterá as aves bem alimentadas e sem risco de obesidade, mesmo que haja o consumo à vontade de folhas e frutos verdes.

Na fase de cria, os pintos necessitam de uma boa alimentação, que será a base para atingirem o desenvolvimento final desejável. Recomendam-se incluir nessa primeira dieta ingredientes de alta digestibilidade e evitar o fornecimento de frutos e folhas verdes, pois os animais estão com o aparelho digestivo imaturo. O consumo observado nessa fase de criação é de aproximadamente 1.040 g de ração por pinto.
Nas fases seguintes, estima-se um consumo médio de 2.540 e 3.430 g por ave para recria e engorda, respectivamente. Vários alimentos podem ser utilizados, podendo ocorrer o fornecimento sem restrição de frutos e folhas verdes, contanto que a mistura seja farelada e devidamente balanceada para as necessidades nutricionais de cada fase. Os comedouros devem estar sempre limpos e distribuídos em locais e alturas que permitam o acesso das aves aos alimentos.

Alimentos alternativos
Além dos grãos de milho moído e do farelo de soja, que são os mais largamente utilizados em dietas de frangos, pintos e galinhas, outras opções de alimentos podem ser utilizadas desde que tenham composição química adequada e sejam isentos de substâncias antinutricionais que dificultem a disgestibilidade e a absorção de nutrientes.

Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis, por isso são chamados de subprodutos. Também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal (Fig. 01). Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.

Essas alternativas alimentares geralmente resultam do processamento de produtos comestíveis, por isso são chamados de subprodutos. Também podem ser restos culturais da agricultura ou pecuária, tendo, geralmente, ocorrência sazonal. Uma vez selecionados para compor a mistura dietética, devem ser limpos e processados, isentos de qualquer toxidade e perfeitamente apropriados para o consumo.

sábado, 30 de junho de 2018

Cresce movimentos que discute soluções para a saída da crise da citricultura



Nesta safra (2008/2009), cada caixa de laranja custa R$ 1,60 para a fruta ser colhida e R$ 1,20 de frete até a porta da indústria processadora. O Fundecitrus, instituto de pesquisa do setor, recebe R$ 0,20 por caixa. Custo total: R$ 3. A indústria paga hoje cerca de R$ 3,70 por caixa. Portanto, sobram 70 centavos para despesas fixas, como mudas e agrotóxicos.
Os citricultores afirmam que a atividade é inviável. Ouve-se por aí, nas rodas de conversas, que tem citricultor fazendo de tudo para não ficar com a corda no pescoço. Andam dizendo que mesmo ficando apenas com 70 centavos houve quem arcasse com a colheita, mais o frete de duas carretas, levando até a indústria, que recusou receber a fruta e o citricultor foi obrigado a levar a carga pro lixão municipal. Outros mais atentos, dizem ver frentes de trabalho em propriedades de vizinhos colhendo a fruta ainda verde, mas esse, dizem eles, tem contrato e preferência pela indústria processadora. O desalento tomou conta dos pequenos citricultores.

Enquête
Encontros promovidos por citricultores, associações ou órgãos de extensão rural com autoridades do governo têm pipocado pelo estado de São Paulo para debater e procurar reagir contra a crise que dessa vez parece ter aleijado parte setor. Um desses encontro ocorreu em Cordeirópolis, dia 21 de julho, e João Sampaio, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo esteve presente. Perguntamos à opinião de produtores rurais se eles acreditam que esses encontros possam resultar em medidas concretas para a atual crise do setor. Leia as respostas:

Robson Tetzner – “Sim! O encontro proporcionou a oportunidade de estarmos apresentado os problemas e dificuldades em nosso setor produtivo, do outro lado ouvimos autoridades do governo apresentarem suas propostas e medidas tomadas em relação à crise mundial. Assim sendo, uma aproximação de ambas partes, para chegarmos a uma solução ou, pelo menos, alternativas para enfrentarmos as dificuldades atuais. Gostaria de ressaltar a importância desta aproximação, pois temos dificuldades “da porteira para dentro” onde as autoridades governamentais nem sempre tem o real conhecimento e pelo lado deles há soluções que nós não sabemos”.

Valdomiro Rodrigues Ivers – “Nossa classe tem que fazer barulho, para que possamos ter chance de sobreviver à crise de um setor que quase sempre fez o Brasil fechar a balança comercial em superávit. Digo que encontros é um começo para fortalecer os elos perdidos do setor. Através dos representantes municipais, estaduais e federais, é a chance pedir-lhes socorro financeiro para que possamos sobreviver à crise e sairmos fortalecidos dela quando ela acabar. Há um ditado que diz "Quando a agricultura vai bem, a cidade vai bem". Achei bom!”.

Luiz Barbosa – “Reuniões de laranja até agora não vi nenhum resultado. Muito pelo contrário, até o pessoal que representa o meio falam que é melhor pensarmos em outra cultura. O problema da laranja não é só o greening é também o preço, mas com esse já estamos acostumados que a cada cinco anos ele abaixa. Agora o greening não tem controle, o controle é destruir o pé contaminado. Faz cinquenta anos que mechemos com laranja e não vejo nenhuma coisa boa daqui pra frente”.

Beba suco de laranja
O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, que espera ter uma solução parcial para a crise da citricultura, disse ao caderno de economia do jornal Estado de São Paulo do dia 3 de agosto que ainda em setembro, deve ser apresentado um seguro de indenização aos produtores que arrancaram os pés de laranja com greening. O governo estadual vai arcar com 60% e o federal com 40% do seguro.
Na próxima safra, os citricultores deverão pagar 30% do custo do prêmio. "Isso minimiza o problema” completou. Por outro lado o secretario espera uma contra-partida dos citricultores. “Os produtores devem se mobilizar para vender o suco processado no mercado interno". Ele deve estar se baseando que o brasileiro consome apenas11 litros de suco de laranja por ano. O secretário tem razão, é um mercado em potencial. "A laranja vem sendo substituída pelo refrigerante e outras frutas. O citricultor precisa fazer a sua parte. É fácil pegar a laranja, entregar na indústria e responsabilizá-la por encontrar comprador. Há linhas de crédito com juros de 3% ao ano para quem quer renovar o pomar ou montar uma pequena agroindústria", analisa Sampaio.

[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.

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sexta-feira, 29 de junho de 2018

“Nós vereadores não podemos fazer nada por vocês (comerciantes e moradores da área rural)”, disse a vereadora Elza Sophia Tank Moya.

Em 2009, a Área rural de Limeira sofria uma onda alarmante de crimes, os moradores se reuniram naCâmara Municipal de Limeira pedindo socorro




Há exatamente um ano (agosto 2008), este veículo registrou uma matéria com a comerciante Célia Archângelo e o esposo, onde eles pediam socorro, em virtude dos assaltos que estavam ocorrendo na rodovia Limeira-Artur Nogueira. Segundo os comerciantes, naquele episódio pediram a intercedência de um vereador, e isso resultou no aumento do policiamento e na consequente diminuição dos roubos. Mas, como a medida foi paliativa, a incidência aumentou em muito e, desta vez, o grupo de comerciantes do bairro dos Frades, Pinhal e Pires foram até a Câmara Municipal de Limeira clamar por socorro e tiveram espaço de 15 minutos na tribuna livre no último dia 03. 

Atenção da Câmara e do Secretário Siddhartha Carneiro Leão.
O Secretário Siddhartha Carneiro Leão orientou os moradores a formarem um Conselho para que a Guarda Municipal possa elaborar um plano de esforços em conjunto e direcionar o efetivo para aquela região. A Guarda Municipal não possui armamento pesado, tampouco é responsável pelo policiamento por não tem poder de polícia. A comunidade justifica seu pedido para a Guarda porque diz receber maior atenção da mesma do que da Polícia Militar.”A Polícia Militar demora muito para chegar até o local. Ligamos para avisar da ocorrência de um seqüestro no morro e o atendente pediu para que fossemos até o local para verificar a ocorrência. Essa resposta nos tira do sério. Já a Guarda Municipal (Pelotão Ambiental) nos atende rapidamente, mas como eles não têm armamento, nós temos até receio de chamá-los e assistirmos a uma tragédia com um pai de família”, desabafa Adriano Miqueloto.

Dentre os problemas destacados pelo Secretário Siddhartha Carneiro Leão estão os 540 km² de área rural para serem percorridos com 5 carros, sendo que o policiamento preventivo não é competência da Guarda Municipal. A orientação é de discutir com a comunidade medidas que possam auxiliar na segurança da área rural.



Os comerciantes querem a reativação da Base do bairro do Pinhal. A resposta foi de que não há efetivo. A área rural sofre com a deficiência dos serviços de telefonia. Segundo Mário, a rodovia não dispõe de orelhões suficientes para o número de famílias residentes na área rural e, no caso de uso do celular, muitas vezes é necessário subir no topo de uma árvore para conseguir completar uma ligação.

Mas, ainda há uma frustração por parte do produtor rural, contribuinte do Sindicato Rural Patronal, entidade que adquiriu juntamente com os produtores rurais uma aeronave modelo ultraleve, com o objetivo de realizar um trabalho preventivo de segurança na área rural. Segundo o produtor rural D. L. que contribuiu para a aquisição da aeronave, ele nunca mais teve notícias do que possa ter acontecido com a mesma.Segundo o Secretário Siddhartha Carneiro Leão , a aeronave estava em condição irregular para uso profissional, tornando impossível a sua utilização para esse fim.

Adriano Miqueloto foi assaltado oito vezes nos últimos nove anos, sendo quatro delas neste ano. Segundo o comerciante, o indulto do Dia das Mães, Páscoa, e agora Dia dos Pais contribui em muito para a ação dos marginais. Afirma não acreditar no registro do Boletim de Ocorrência por ficar “marcado”.

O público presente queria voltar para casa com uma motivação e perguntaram aos vereadores o que podiam fazer por eles naquele momento. Foi quando a vereadora Elza Tank pediu a palavra e respondeu com toda a sinceridade: “Nós vereadores não podemos fazer nada por vocês”.

O vereador Raul Nilsen Filho intercedeu a favor dos comerciantes e facilitou o diálogo com o Secretário. Já o vereador Paulo Cezar Junqueira Hadich orientou o grupo de que o preço da segurança é a eterna vigilância. “O papel da comunidade é a eterna discussão do assunto, pois trata-se de um conjunto de fatores que levam a soluções com atitudes. O grupo não pode se dissolver na 3ª ou 4ª reunião”, afirmou Hadich.

Diante de qualquer furto ou roubo a orientação dos policiais é para fazer o Boletim de Ocorrência no posto policial da Policia Militar na Rua São Sebastião, no bairro da Boa Vista, na frente da escola Leovegildo. A Polícia Militar se comprometeu e estará intensificando o patrulhamento pelo trecho da vicinal onde os delitos estão ocorrendo, através das viaturas da força tática.



[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.
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