Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

sábado, 30 de junho de 2018

Cresce movimentos que discute soluções para a saída da crise da citricultura



Nesta safra (2008/2009), cada caixa de laranja custa R$ 1,60 para a fruta ser colhida e R$ 1,20 de frete até a porta da indústria processadora. O Fundecitrus, instituto de pesquisa do setor, recebe R$ 0,20 por caixa. Custo total: R$ 3. A indústria paga hoje cerca de R$ 3,70 por caixa. Portanto, sobram 70 centavos para despesas fixas, como mudas e agrotóxicos.
Os citricultores afirmam que a atividade é inviável. Ouve-se por aí, nas rodas de conversas, que tem citricultor fazendo de tudo para não ficar com a corda no pescoço. Andam dizendo que mesmo ficando apenas com 70 centavos houve quem arcasse com a colheita, mais o frete de duas carretas, levando até a indústria, que recusou receber a fruta e o citricultor foi obrigado a levar a carga pro lixão municipal. Outros mais atentos, dizem ver frentes de trabalho em propriedades de vizinhos colhendo a fruta ainda verde, mas esse, dizem eles, tem contrato e preferência pela indústria processadora. O desalento tomou conta dos pequenos citricultores.

Enquête
Encontros promovidos por citricultores, associações ou órgãos de extensão rural com autoridades do governo têm pipocado pelo estado de São Paulo para debater e procurar reagir contra a crise que dessa vez parece ter aleijado parte setor. Um desses encontro ocorreu em Cordeirópolis, dia 21 de julho, e João Sampaio, secretário de Agricultura do Estado de São Paulo esteve presente. Perguntamos à opinião de produtores rurais se eles acreditam que esses encontros possam resultar em medidas concretas para a atual crise do setor. Leia as respostas:

Robson Tetzner – “Sim! O encontro proporcionou a oportunidade de estarmos apresentado os problemas e dificuldades em nosso setor produtivo, do outro lado ouvimos autoridades do governo apresentarem suas propostas e medidas tomadas em relação à crise mundial. Assim sendo, uma aproximação de ambas partes, para chegarmos a uma solução ou, pelo menos, alternativas para enfrentarmos as dificuldades atuais. Gostaria de ressaltar a importância desta aproximação, pois temos dificuldades “da porteira para dentro” onde as autoridades governamentais nem sempre tem o real conhecimento e pelo lado deles há soluções que nós não sabemos”.

Valdomiro Rodrigues Ivers – “Nossa classe tem que fazer barulho, para que possamos ter chance de sobreviver à crise de um setor que quase sempre fez o Brasil fechar a balança comercial em superávit. Digo que encontros é um começo para fortalecer os elos perdidos do setor. Através dos representantes municipais, estaduais e federais, é a chance pedir-lhes socorro financeiro para que possamos sobreviver à crise e sairmos fortalecidos dela quando ela acabar. Há um ditado que diz "Quando a agricultura vai bem, a cidade vai bem". Achei bom!”.

Luiz Barbosa – “Reuniões de laranja até agora não vi nenhum resultado. Muito pelo contrário, até o pessoal que representa o meio falam que é melhor pensarmos em outra cultura. O problema da laranja não é só o greening é também o preço, mas com esse já estamos acostumados que a cada cinco anos ele abaixa. Agora o greening não tem controle, o controle é destruir o pé contaminado. Faz cinquenta anos que mechemos com laranja e não vejo nenhuma coisa boa daqui pra frente”.

Beba suco de laranja
O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, João Sampaio, que espera ter uma solução parcial para a crise da citricultura, disse ao caderno de economia do jornal Estado de São Paulo do dia 3 de agosto que ainda em setembro, deve ser apresentado um seguro de indenização aos produtores que arrancaram os pés de laranja com greening. O governo estadual vai arcar com 60% e o federal com 40% do seguro.
Na próxima safra, os citricultores deverão pagar 30% do custo do prêmio. "Isso minimiza o problema” completou. Por outro lado o secretario espera uma contra-partida dos citricultores. “Os produtores devem se mobilizar para vender o suco processado no mercado interno". Ele deve estar se baseando que o brasileiro consome apenas11 litros de suco de laranja por ano. O secretário tem razão, é um mercado em potencial. "A laranja vem sendo substituída pelo refrigerante e outras frutas. O citricultor precisa fazer a sua parte. É fácil pegar a laranja, entregar na indústria e responsabilizá-la por encontrar comprador. Há linhas de crédito com juros de 3% ao ano para quem quer renovar o pomar ou montar uma pequena agroindústria", analisa Sampaio.

[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.

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sexta-feira, 29 de junho de 2018

“Nós vereadores não podemos fazer nada por vocês (comerciantes e moradores da área rural)”, disse a vereadora Elza Sophia Tank Moya.

Em 2009, a Área rural de Limeira sofria uma onda alarmante de crimes, os moradores se reuniram naCâmara Municipal de Limeira pedindo socorro




Há exatamente um ano (agosto 2008), este veículo registrou uma matéria com a comerciante Célia Archângelo e o esposo, onde eles pediam socorro, em virtude dos assaltos que estavam ocorrendo na rodovia Limeira-Artur Nogueira. Segundo os comerciantes, naquele episódio pediram a intercedência de um vereador, e isso resultou no aumento do policiamento e na consequente diminuição dos roubos. Mas, como a medida foi paliativa, a incidência aumentou em muito e, desta vez, o grupo de comerciantes do bairro dos Frades, Pinhal e Pires foram até a Câmara Municipal de Limeira clamar por socorro e tiveram espaço de 15 minutos na tribuna livre no último dia 03. 

Atenção da Câmara e do Secretário Siddhartha Carneiro Leão.
O Secretário Siddhartha Carneiro Leão orientou os moradores a formarem um Conselho para que a Guarda Municipal possa elaborar um plano de esforços em conjunto e direcionar o efetivo para aquela região. A Guarda Municipal não possui armamento pesado, tampouco é responsável pelo policiamento por não tem poder de polícia. A comunidade justifica seu pedido para a Guarda porque diz receber maior atenção da mesma do que da Polícia Militar.”A Polícia Militar demora muito para chegar até o local. Ligamos para avisar da ocorrência de um seqüestro no morro e o atendente pediu para que fossemos até o local para verificar a ocorrência. Essa resposta nos tira do sério. Já a Guarda Municipal (Pelotão Ambiental) nos atende rapidamente, mas como eles não têm armamento, nós temos até receio de chamá-los e assistirmos a uma tragédia com um pai de família”, desabafa Adriano Miqueloto.

Dentre os problemas destacados pelo Secretário Siddhartha Carneiro Leão estão os 540 km² de área rural para serem percorridos com 5 carros, sendo que o policiamento preventivo não é competência da Guarda Municipal. A orientação é de discutir com a comunidade medidas que possam auxiliar na segurança da área rural.



Os comerciantes querem a reativação da Base do bairro do Pinhal. A resposta foi de que não há efetivo. A área rural sofre com a deficiência dos serviços de telefonia. Segundo Mário, a rodovia não dispõe de orelhões suficientes para o número de famílias residentes na área rural e, no caso de uso do celular, muitas vezes é necessário subir no topo de uma árvore para conseguir completar uma ligação.

Mas, ainda há uma frustração por parte do produtor rural, contribuinte do Sindicato Rural Patronal, entidade que adquiriu juntamente com os produtores rurais uma aeronave modelo ultraleve, com o objetivo de realizar um trabalho preventivo de segurança na área rural. Segundo o produtor rural D. L. que contribuiu para a aquisição da aeronave, ele nunca mais teve notícias do que possa ter acontecido com a mesma.Segundo o Secretário Siddhartha Carneiro Leão , a aeronave estava em condição irregular para uso profissional, tornando impossível a sua utilização para esse fim.

Adriano Miqueloto foi assaltado oito vezes nos últimos nove anos, sendo quatro delas neste ano. Segundo o comerciante, o indulto do Dia das Mães, Páscoa, e agora Dia dos Pais contribui em muito para a ação dos marginais. Afirma não acreditar no registro do Boletim de Ocorrência por ficar “marcado”.

O público presente queria voltar para casa com uma motivação e perguntaram aos vereadores o que podiam fazer por eles naquele momento. Foi quando a vereadora Elza Tank pediu a palavra e respondeu com toda a sinceridade: “Nós vereadores não podemos fazer nada por vocês”.

O vereador Raul Nilsen Filho intercedeu a favor dos comerciantes e facilitou o diálogo com o Secretário. Já o vereador Paulo Cezar Junqueira Hadich orientou o grupo de que o preço da segurança é a eterna vigilância. “O papel da comunidade é a eterna discussão do assunto, pois trata-se de um conjunto de fatores que levam a soluções com atitudes. O grupo não pode se dissolver na 3ª ou 4ª reunião”, afirmou Hadich.

Diante de qualquer furto ou roubo a orientação dos policiais é para fazer o Boletim de Ocorrência no posto policial da Policia Militar na Rua São Sebastião, no bairro da Boa Vista, na frente da escola Leovegildo. A Polícia Militar se comprometeu e estará intensificando o patrulhamento pelo trecho da vicinal onde os delitos estão ocorrendo, através das viaturas da força tática.



[Matéria publicada originalmente na edição 77, ano 5 do Jornal Pires Rural, 07/08/2009] Esse blog é dedicado as matérias que foram notícias há 9 anos atrás, publicadas nas edições impressas do Jornal Pires Rural. Um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores. Jornal Pires Rural - há 13 anos revelando a agricultura familiar.
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