Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Borboletas fora de série

Xenophanes_trixus

Gerrie Schrik desde os seis anos de idade foi motivada pela mãe fotógrafa a ter similaridade com o olhar fotográfico e a curiosidade pela natureza. Gerrie é natural da Holanda e atualmente reside no bairro dos Pires, sendo professora de idiomas. Recentemente em sua residência começou a fotografar as borboletas que viviam a sua volta, com isso foi aumentando sua curiosidade nas centenas de características que diferem umas espécies das outras. Com essa curiosidade aguçada, Gerrie foi à busca de informações, pois as borboletas fotografadas já passavam de 5.000 fotos, foi aí que conheceu o biólogo e pesquisador da UNICAMP, André Freitas.
“Em minhas cavalgadas comecei a reparar nas borboletas e teve uma hora que percebi que elas estavam morando em minha casa. Aqui é um lugar bem úmido, tem uma vegetação bastante diversificada e nunca usei nenhum veneno, sempre tento fazer um combate natural. Agora que sei que é um abrigo bom para elas eu faço a limpeza do jardim por etapas deixando espaços para as lagartas, borboletas e outros insetos se refugiarem. Já tenho umas 100 espécies registradas”, disse Gerrie.

A borboleta transparente Maclungia_cyno

Não encontrando nenhum livro sobre o assunto, a professora foi em busca de informações pela internet, visualizando informações de borboletas tropicais em alguns sites americanos e ingleses até que descobriu no Brasil o pesquisador André Victor Lucci Freitas, do Departamento de Biologia Animal da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). André tem atuado na área de Ecologia, Sistemática e Evolução de Lepidóptera (borboleta e mariposa), trabalhando principalmente com os temas borboletas, conservação, taxonomia, imaturos e sistemática filogenética. “Teve um tipo de borboleta que encontrei na cor marrom escura e outra no marrom claro, pensei; é outra espécie, será que desbotou, talvez, não sabia. Fui descobrir que era fêmea e macho”, comentou Gerrie que se considera uma curiosa que gosta de observar, fuçar e inventar.
Ela enviou um email para o pesquisador e agendou um encontro na UNICAMP onde levou suas fotos para saber quais espécies de borboletas havia clicado. “Para minha surpresa o email foi respondido no mesmo dia. Aí peguei meu computador cheio de borboletas e levei para ele analisar”, continuando, “o André achou muito legal pelo fato que tem muitas espécies que os biólogos não têm quase nenhuma informação. Aqui pode ser uma área de interesse, é provável que venha alguns alunos até o final do ano e quem sabe encontrar algo diferente e essa informação ser compartilhada”. 

Morpho_helenos

Para Gerrie a informação chegar até outras pessoas, passando pela comunidade local, é o que a deixa mais entusiasmada em continuar suas fotos e a pesquisar, sua pretensão é lançar um livro em forma de catálogo, que tenha um conteúdo didático para servir de aprendizado para a preservação da fauna e flora na região do bairro dos Pires.

Reprodução das borboletas
Na maturidade sexual os machos procuram as fêmeas para se acasalarem. A fecundação do ovo ocorre segundo antes da oviposição, quando a fêmea comprime a bolsa com o esperma. Na natureza a fêmea chega a botar cerca de 100 ovos, quando esses ovos eclodem pequenas lagartas vão se desenvolvendo até chegarem novamente à fase de pupa. As lagartas de Lepidópteros (borboleta e mariposa) apresentam cabeça e patas visíveis. Apresentam no tórax os 3 pares de patas verdadeiras e no abdome 1,2 ou 4 pares de falsas patas, ou pseudopatas.



Capa da edição 135 do Jornal Pires Rural


[Matéria publicada originalmente na edição 135 do Jornal Pires Rural, 06/08/2013 - www.dospires.com.br]


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