O coordenador da Coordenadoria para Assuntos de Ecologia da prefeitura de Cordeirópolis, Marcos R. Souza Barbosa nos recebeu no dia 31/07 mesmo tendo entregue o cargo à disposição do município. Conversamos sobre a bacia do ribeirão Tatu e a possível “despoluição”. Marcos concorda em deixar de despejar esgoto e efluentes no rio para haver uma depuração e conseqüente revitalização. Cordeirópolis tem 100% do esgoto coletado e lançado nos córregos que são afluentes do ribeirão in natura, não passa por nenhum tipo de tratamento. O projeto de saneamento foi elaborado, apresentado para a CETESB e está no SAAE, o objetivo é captar o esgoto para tratamento e lançamento pós-tratamento.
“A coordenadoria trabalhou no diagnóstico
geral do município, avaliou todas as interferências, apresentou os problemas e
soluções para as questões ambientais. Há um ano e meio a pós-graduanda Fernanda
Peruchi realizou um estudo da bacia do Tatu em parceria com a coordenadoria (colaborou
com a logística) para avaliar a degradação das nascentes. “Propomos um
diagnóstico com ênfase na qualidade das águas superficiais subterrâneas.O resultado
é de que grande parte das nascentes da bacia estão degradadas, esse diagnóstico
pode favorecer o plano diretor, mas a exploração de argila e do cultivo de
cana-de-açúcar tem que ser levado em consideração”, afirma Marcos.
Cordeirópolis tem um divisor de
águas que corresponde somente ao município, todas as bacias estão localizadas
territorialmente no município. Portanto, a gestão pública acaba se
“responsabilizando” por todas as nascentes dos ribeirões os quais lhe
pertencem.
Os resíduos sólidos
“Os resíduos sólidos interferem
diretamente na microbacia do Tatu. A coordenadoria diagnosticou todos os
personagens como quem gera, enterra, descarta os resíduos nos rios e
apresentamos a proposta de resíduos sólidos urbanos de uma usina de
processamento de reciclagem para transformar o entulho em matéria para
construção civil, pavimentação de área rural”, conta Marcos.
Trabalho conjunto entre a
coordenadoria de Cordeirópolis e Secretaria do meio ambiente de Limeira
Segundo Marcos, não existe um
trabalho efetivo em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente de Limeira para
a bacia do Tatu. “Limeira realiza seus trabalhos e nós os nossos, isolados.
Houve tentativa de aproximação para estreitar a relação entre departamentos na
preservação do rio, mas oficialmente não existe nada. Hoje, um trabalho na área
de degradação de nascentes, recomposição de mata ciliar, seria interessante se
realizado em conjunto, porque o município de Limeira tem uma estrutura maior, e
qualquer ajuda seria bem vinda”, afirma .
Captação de recursos junto ao
Consórcio das Microbacias Hidrográficas
“A coordenadoria passou
obrigatoriamente por um processo de estruturação, com uma única pessoa, eu.
Agora temos estagiários e conseguimos fazer alguns diagnósticos, estamos
atrasados. Esse trabalho de captação de recursos demanda envolvimento maior com
estrutura e participação no processo do Comitê. Uma só pessoa não poderia dar
conta de administrar todos os problemas pontuais de arborização do município,
reciclagem e recursos hídricos, mais a estruturação da coordenadoria”, afirma.
Realizações
“Fizemos o diagnóstico preliminar
da nascente (Tatu) do bairro Barro Preto, com investimento do município. O
objetivo é abrir discussões com empresários do setor rural e cerâmica, mas
ainda não aconteceu por entraves políticos, burocráticos e interesses”,
afirma.
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
Nenhum comentário:
Postar um comentário