Vivendo
e aprendendo é o lema de muitos, principalmente na área agrícola. Aqui no
bairro dos Pires constatamos isso na produção de mudas de árvores do Sr. Mário
Meneguetti, que nasceu no bairro e sempre trabalhou em contato com a terra. Em
seu viveiro de mudas, encontramos mais de 80 espécies como Guarantãs, Cabriúva,
Imbaúba e Cedro, só para citar árvores que são consideradas madeiras de lei. O
aprendizado para a produção dessas mudas Sr. Mário foi amigo do tempo e da paciência.
“No começo eu não sabia muito, aí descobria uma coisa aqui iam me dizendo outra
ali, fui experimentando. Com o Jequitibá, quando germina, temos que ajudá-lo a nascer, praticamente”.
Sr. Mário costuma ir a matas fechadas atrás de sementes por onde passa vai
memorizando as espécies do lugar e depois volta buscá-las. O conhecimento
medicinal de algumas espécies também veio com os anos. Por exemplo, ele cita a
Flor de Abril, segundo ele, o fruto ajuda no alívio de dores musculares e mau
jeito e a Guaçatonga ele usa “para fazer remédio”. Muitas pessoas já lhe
aconselharam a montar um viveiro só com plantas medicinais, mas conta que, hoje
em dia, “pouca gente sabe fazer um chá. Imagina ter a paciência de fazer
remédios com plantas, que dão trabalho. Depois vão me culpar se algo der
errado”.
Existem,
em seu viveiro, algumas plantas que atraem muitos pássaros, como a Amoreira
Preta, ele conta que, “o Sabiá adora, sai a maior briga quando ela esta
carregada de frutas. Ela tem uma semente muito melindrosa, se não colher e
semear em três dias perde tudo”, garante. Outras espécies que os pássaros
gostam é o Jambinho, Aroeira Pimenteira, Aroeira Salsa e Preta, além da Cereja
do Rio Grande e o Jacateá, uma espécie de mamão do mato.
Para
fazer as mudas, Sr. Mário usa embalagens de “longa vida”, reciclado, e
saquinhos plásticos para semeadura que preenche com terra, esterco e calcário.
“Com esse tempo seco tem que molhar todo dia. Mesmo tendo 70% de telado
acontece de queimar algumas já semeadas”, relata. Além de espécies de árvores
ornamentais, frutíferas e madeira de lei, Sr. Mário cultiva algumas flores que
são cheias de segredos para conseguir brotação “teve uma espécie que me deu o
maior trabalho. Acordei uma hora da manhã, coloquei as estacas todas do mesmo tamanho
numa solução, pra ali ficarem 8 horas, e quando foi nove da manhã fui plantando
nos saquinhos que tinha enchido um dia antes. Agora elas estão começando a
brotar. O ano passado eu plantei 380 mudas sem saber como era. Aí só vingou
umas 30 e, dessas trinta, eu só tenho uma. Às vezes vamos fazendo testes, pra
ver o que dá certo. Tem planta que não quero mais como a Aroeira Pimenteira,
ela me dá alergia, e tem outras que me encantam como a Flor da China e outras
que nem sei o nome. Por exemplo, essa aqui minha filha tava caminhando achou
diferente e me trouxe, até agora ninguém sabe dizer o que é”.
Entre
seus clientes estão amantes da natureza, renomados paisagistas que fazem
projetos em diversos países como Japão e França, proprietários de chácaras, biólogos
e agrônomos que trabalham em projetos de reflorestamento pelo Brasil.
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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