Servindo aos trabalhadores rurais
Fundado em 1962, e oficializado em 1965 com o recebimento da carta sindical, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Limeira é composto de uma diretoria com 12 membros e desde sua fundação apenas dois nomes ocuparam o cargo de presidente.
Esse e outros relatos a seguir são do Sr. Antonio Pereira, 78, ele é o segundo presidente eleito do Sindicato, está no cargo desde dezembro 1995 e recentemente foi reeleito para seguir o mandato até 2013. No dia da entrevista estava também Sr. Luiz Inocêncio, 79, que exerce a função de secretário. Ambos trabalham diariamente na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Limeira, das 8 às 11hs e das 13 às 15h45min, ele esta localizado na Rua Barão de Cascalho, próximo à rodoviária. Lá a maioria dos atendimentos aos rurícolas é feito por telefone e a dúvida mais frequente é sobre o piso salarial pago aos trabalhadores rurais que é o mínimo de R$490,00 mensais. Valor reajustado em outubro de 2008 e aqueles que ganham acima desse valor o reajuste a ser aplicado são de 8%. Segundo Sr. Antonio os assuntos referentes a intrigas trabalhistas são direcionados para o departamento jurídico que fica em um escritório de advocacia em outro endereço.
O prédio em que esta localizado o Sindicato pertence à Prefeitura de Limeira que empresta o local desde 1984. Hoje, esse imóvel é dividido com o Grupo da Terceira Idade.
O Sindicato é um local pacato, quase ninguém vai lá, em mais de duas horas de conversa o telefone tocou duas vezes (uma era engano e outra a dúvida era sobre salário), a única pessoa a entrar lá, foi para saber informações do vizinho. Mas nem sempre foi assim. Segundo Sr. Antonio, nas décadas de 70 e 80 o movimento era intenso. Em 1980 chegaram a ter clínico geral e dentista no local. “Naquela época, fazíamos homologação, atendimento ao público, filiação de associados, agendamento médico. Eu participava de reuniões por toda a cidade, desde o Conselho Agrícola Municipal até sobre a compra de produtos produzidos em Limeira para a merenda escolar. Mas sempre fui ouvinte, não me envolvia na “politicagem”. Em mais de 40 anos de Sindicato nunca fiz uma greve, nenhum problema sindical, nenhum transtorno político”, relatou.
Mas o que aconteceu que ninguém vem mais aqui?
“Bom, há uns 20 anos atrás, tinha um advogado chamado Milton Borba Canicoba, já falecido, que cuidava das coisas desse Sindicato, lá em São Paulo, na sede da FETAESP e aproveitou uma Lei Federal que podia optar pela troca dos associados. Os patrões passaram a recolher a confederativa (imposto de 1% recolhido do salário de cada trabalhador rural) e isso fez diminuir o número de visitas e acabou com nosso quadro de associados”, disse ele.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Limeira não tem funcionários?
“Não tem. Já teve. Trabalhou 30 anos aqui e pediu a conta. O médico e o dentista pararam de vir porque caiu o número de atendimentos. Mas o dentista veio até 2006, quando foi demitido, ele vinha aqui uma vez por mês para buscar o salário, mas não tinha nenhuma consulta. Nós temos um consultório aqui montado, completo, mas os equipamento são muito antigos. Os recursos para a compra desses equipamentos vieram pelo FUNRURAL”, explica Sr. Antonio.
Aqui tem computador e internet?
“Internet não. Computador eu ia comprar, mas o funcionário pediu a conta, não precisei comprar”, disse.
Então, só vocês dois trabalham aqui? E vocês ganham?
“Recebemos uma gratificação sindical. Sou eu que faço o serviço de banco, depósito, pagamento e emito as guias para o Sindicato Patronal de Limeira. Trabalhamos em parceria com eles. Depois que eles recolhem o valor do imposto eles nos repassam”, contou.
Sr. Antonio conte um pouco como entrou para o Sindicato?
“Eu sempre fui trabalhador rural. Trabalhava na fazenda 7 lagoas agrícola em Mogi Guaçu. Aposentei em ´92. Junto com o primeiro presidente, João Santoro, ajudei a fundar o Sindicato em 1962. Sempre fui membro da diretoria e com o falecimento do João em 1995, me tornei presidente”.
Os outros componentes da diretoria são de Limeira?
“O Sindicato atende também as cidades de Cordeirópolis e Iracemápolis. O Luiz, aqui do meu lado, pode falar”, diz.
Sr. Luiz conta: “desde 1972, eu trabalhei na sede do sindicato lá em Iracemápolis. A Usina Iracema passou a recolher o imposto para o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação, lá fechou e há três anos venho pra Limeira de segunda à sexta. Os outros diretores moram longe, vem aqui uma vez no mês”.
Para concluir Sr. Antonio, já que o Sr. foi reeleito presidente e ocupará o cargo até 2013, quais são os planos para o futuro?
“Eu não faço mais planos para o futuro”, concluiu.
Fundado em 1962, e oficializado em 1965 com o recebimento da carta sindical, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Limeira é composto de uma diretoria com 12 membros e desde sua fundação apenas dois nomes ocuparam o cargo de presidente.
Esse e outros relatos a seguir são do Sr. Antonio Pereira, 78, ele é o segundo presidente eleito do Sindicato, está no cargo desde dezembro 1995 e recentemente foi reeleito para seguir o mandato até 2013. No dia da entrevista estava também Sr. Luiz Inocêncio, 79, que exerce a função de secretário. Ambos trabalham diariamente na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Limeira, das 8 às 11hs e das 13 às 15h45min, ele esta localizado na Rua Barão de Cascalho, próximo à rodoviária. Lá a maioria dos atendimentos aos rurícolas é feito por telefone e a dúvida mais frequente é sobre o piso salarial pago aos trabalhadores rurais que é o mínimo de R$490,00 mensais. Valor reajustado em outubro de 2008 e aqueles que ganham acima desse valor o reajuste a ser aplicado são de 8%. Segundo Sr. Antonio os assuntos referentes a intrigas trabalhistas são direcionados para o departamento jurídico que fica em um escritório de advocacia em outro endereço.
O prédio em que esta localizado o Sindicato pertence à Prefeitura de Limeira que empresta o local desde 1984. Hoje, esse imóvel é dividido com o Grupo da Terceira Idade.
O Sindicato é um local pacato, quase ninguém vai lá, em mais de duas horas de conversa o telefone tocou duas vezes (uma era engano e outra a dúvida era sobre salário), a única pessoa a entrar lá, foi para saber informações do vizinho. Mas nem sempre foi assim. Segundo Sr. Antonio, nas décadas de 70 e 80 o movimento era intenso. Em 1980 chegaram a ter clínico geral e dentista no local. “Naquela época, fazíamos homologação, atendimento ao público, filiação de associados, agendamento médico. Eu participava de reuniões por toda a cidade, desde o Conselho Agrícola Municipal até sobre a compra de produtos produzidos em Limeira para a merenda escolar. Mas sempre fui ouvinte, não me envolvia na “politicagem”. Em mais de 40 anos de Sindicato nunca fiz uma greve, nenhum problema sindical, nenhum transtorno político”, relatou.
Mas o que aconteceu que ninguém vem mais aqui?
“Bom, há uns 20 anos atrás, tinha um advogado chamado Milton Borba Canicoba, já falecido, que cuidava das coisas desse Sindicato, lá em São Paulo, na sede da FETAESP e aproveitou uma Lei Federal que podia optar pela troca dos associados. Os patrões passaram a recolher a confederativa (imposto de 1% recolhido do salário de cada trabalhador rural) e isso fez diminuir o número de visitas e acabou com nosso quadro de associados”, disse ele.
O Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Limeira não tem funcionários?
“Não tem. Já teve. Trabalhou 30 anos aqui e pediu a conta. O médico e o dentista pararam de vir porque caiu o número de atendimentos. Mas o dentista veio até 2006, quando foi demitido, ele vinha aqui uma vez por mês para buscar o salário, mas não tinha nenhuma consulta. Nós temos um consultório aqui montado, completo, mas os equipamento são muito antigos. Os recursos para a compra desses equipamentos vieram pelo FUNRURAL”, explica Sr. Antonio.
Aqui tem computador e internet?
“Internet não. Computador eu ia comprar, mas o funcionário pediu a conta, não precisei comprar”, disse.
Então, só vocês dois trabalham aqui? E vocês ganham?
“Recebemos uma gratificação sindical. Sou eu que faço o serviço de banco, depósito, pagamento e emito as guias para o Sindicato Patronal de Limeira. Trabalhamos em parceria com eles. Depois que eles recolhem o valor do imposto eles nos repassam”, contou.
Sr. Antonio conte um pouco como entrou para o Sindicato?
“Eu sempre fui trabalhador rural. Trabalhava na fazenda 7 lagoas agrícola em Mogi Guaçu. Aposentei em ´92. Junto com o primeiro presidente, João Santoro, ajudei a fundar o Sindicato em 1962. Sempre fui membro da diretoria e com o falecimento do João em 1995, me tornei presidente”.
Os outros componentes da diretoria são de Limeira?
“O Sindicato atende também as cidades de Cordeirópolis e Iracemápolis. O Luiz, aqui do meu lado, pode falar”, diz.
Sr. Luiz conta: “desde 1972, eu trabalhei na sede do sindicato lá em Iracemápolis. A Usina Iracema passou a recolher o imposto para o Sindicato dos Trabalhadores da Alimentação, lá fechou e há três anos venho pra Limeira de segunda à sexta. Os outros diretores moram longe, vem aqui uma vez no mês”.
Para concluir Sr. Antonio, já que o Sr. foi reeleito presidente e ocupará o cargo até 2013, quais são os planos para o futuro?
“Eu não faço mais planos para o futuro”, concluiu.
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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