Jornal Pires Rural - Há 13 anos revelando a agricultura familiar

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Produtores de laranja renovam pomares



Objetivo é aumentar produtividade, com mais 40 milhões de mudas
ELIZABETH OLIVEIRA
DO JORNAL DO COMMERCIO



Em busca de aumento da produtividade por hectare, uma alternativa de enfrentamento à alta dos custos para manter as lavouras diante da contínua desvalorização do dólar frente ao real, produtores de laranja estão renovando os seus pomares e plantando 40 milhões de novas mudas, até o fim do ano, quando o Brasil, maior produtor mundial de suco de laranja, terá 300 milhões de árvores plantadas.

Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, a renovação dos pomares também é necessária em função do abate de árvores mais velhas afetadas por doenças, embora considere que "a pior praga do campo é o dólar em baixa". "Todos os custos produtivos subiram e para superar as dificuldades dos produtores com essa situação cambial é preciso aumentar a produtividade por hectare", ressaltou.

Garcia enfatizou que as mudanças nas lavouras de laranja no Brasil não estão sendo verificadas somente em São Paulo, maior produtor nacional, onde anualmente são renovados 18 milhões de pés, mas em outros Estados da Federação, para onde a produção tem-se estendido. Bahia, Sergipe, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, já estão plantando em larga escala e se beneficiando de transferência de tecnologia em suas fábricas locais, a partir de acordo com indústrias paulistas. Esse esforço, segundo o presidente da Abecitrus, é para a manutenção de um padrão de qualidade internacional. "O plantio cresce fora de São Paulo e a indústria segue essa tendência", acrescentou.

Com a safra 2006/2007, encerrada em junho último, a receita de exportações de suco de laranja atingiu US$ 2,017 bilhões, número nunca alcançado pelo setor. O crescimento em relação ao período 2005/2006 foi de 64,78%. Em tempos de real forte, o fenômeno foi explicado por Garcia, como decorrente dos efeitos de furacões que atingiram a Flórida, segundo produtor mundial. Com a redução da oferta do produto, o aumento dos preços em dólar favoreceu os exportadores brasileiros.

O presidente da Abecitrus ressaltou que ainda é muito cedo para prever se essa tendência de alta nos preços do suco de laranja no mercado internacional será mantida. "Temos que observar como o mercado irá se comportar", comentou.

Garcia também afirma que os exportadores de laranja querem ter acesso a novos mercados e precisam discutir as questões tarifárias que incidem sobre os produtos do setor. No entanto, diz Garcia, falta diálogo com o poder público, além de apoio governamental às demandas da cadeia produtiva. "O suco de laranja produzido no Brasil paga US$ 295 milhões por ano em tarifas, cerca de US$ 1 por caixa. Somando esse nível de tarifa, com as dificuldades cambiais e as pragas que atingem os plantios, fica difícil manter a competitividade do nosso produto. Fazemos isso sem apoio do Governo", queixa-se o presidente da Abecitrus.



 Matéria publicada originalmente na edição 45 Jornal Pires Rural, 31/07/2007-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. 
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…

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