O setor que envolve toda a cadeia de produtos orgânicos está
em plena mudança. De um lado, a gestão das grandes redes, de outro a visão dos
agricultores. E ambos tentando se adequar às necessidades dos consumidores.
De acordo com o mercado varejista, a parcela de consumidores
desse setor ainda é pequena, tem alto poder aquisitivo e os produtos variam com
preços de 20 a 50% maiores que os “não orgânicos”. A preocupação dos
consumidores é com a origem desses alimentos expostos nas prateleiras.
De olho na tentativa de elevar as vendas de produtos
orgânicos as principais redes de varejo do país querem propor algumas metas
para os produtores objetivando superar algumas falhas de escala dos
fornecedores, além de criar suas próprias marcas de produtos orgânicos e light,
e divulgá-los através do apelo de produtos saudáveis enxergando neles algo a
mais como artigos de bem estar.
Nos laços com os agricultores, algumas redes, através de ações como incentivar os produtores a aumentarem a quantidade de produtos ofertados, têm oferecido a logística de seus sistemas de distribuição na tentativa de reduzir o tempo de entrega para aliviar os preços. Esperam metas de crescimento real acima de 5% ao ano e ampliar os itens oferecidos de 150 a 600 tipos diferentes. Mas alguns seguem cautelosos no mercado, temendo que preços baixos inviabilizem seus negócios
A preocupação dos consumidores é com a origem desses alimentos expostos nas prateleiras |
AGRICULTORES
Em um mercado recheado de pequenos a médios produtores a
insegurança é se irão vender seus produtos e se terão poder de barganha na hora
de negociá-los. Os preços acabam maiores porque a oferta é limitada e a
produtividade menor. Em alguns casos o panorama pode mudar pelas variações
climáticas. O desafio de negociar no mercado interno é ganhar escala para
baratear os produtos e torná-los mais acessíveis, elevando as vendas. Outro
problema dos agricultores é a falta de condições de escoar a produção para
outras regiões do país o que, em parte, explica a escassez de orgânicos nos
supermercados, do Nordeste. Para garantir vendas nos supermercados os
agricultores concordam que as estratégias de vendas nesses locais precisam ser
eficazes, como a criação de espaços apenas para produtos orgânicos aliando
eventos como degustação e campanhas de conscientização para ajudar os
consumidores na hora da compra.
Mas um ponto onde todos concordam, quanto à questão da
informação, é na falta de regularização de diretrizes para o setor. Uma lei
aprovada em dezembro de 2003, que traria mais credibilidade ao setor, ainda não
foi regulamentada pelo governo.
Matéria publicada originalmente na edição 33 do Jornal Pires Rural, 15/01/2007 - www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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