Maurício Lemos Mendes (foto) da Agra FNP teve a difícil tarefa em
levantar o moral da citricultura na 35ª Semana de Citricultura, realizada em
Cordeirópolis no Centro de Citricultura Sylvio Moreira, no início do mês de
junho.
Em suas primeiras palavras, Maurício Mendes, parabenizou o Centro de Pesquisa por manter
durante 35 anos ativa a Semana de Citricultura e disse estar num ano complicado
para o setor existindo um clima de preocupação e desanimo dos produtores e quer
deixar todos animados com os dados abordados. O foco abordado em sua palestra
foi mostrar como tudo ocorreu para chegar ao momento atual e o que espera para
o futuro.
Do começo ao fim
Segundo a sua abordagem, Maurício descreve que as
grandes mudanças nos últimos 20 anos começou com os furacões do segundo
semestre de 2004 na Flórida, Estados Unidos, “isso teve como consequência a
queda das frutas e o arranquio de plantas, espalhando o cancro cítrico e o
greening por toda a Flórida”. De acordo com ele foi o marco inicial do “advento
do greening nas duas principais localidades mundiais de produção de laranja:
Flórida e São Paulo”, mudando todo cenário da citricultura. Outro fato
importante desse período foi a perda de área plantada com citros e a mudança da
geografia da citricultura no estado de SP passando a ser cultivada nas
extremidades sul e sudoeste e voltando ao norte depois do ataque de CVC porém a
região está mais protegida do greening. Esse panorama provocou a mudança no
sistema de produção com a elevação no custo das operações mecanizadas, na
quantidade de aplicação de insumos, na elevação do custo de mão-de-obra, para a
colheita, tendo que concorrer com outras culturas e com a construção civil, indústria
e comércio aumentando o custo de investimento nos pomares.
As notícias boas
Nosso potencial de mercado interno é muito grande. Se
transformarmos as 100 milhões de caixas que ficam no país em suco teremos 400
mil toneladas da bebida. Mauricio aponta que “desde 2005, 50 milhões de pessoas
deixaram classes sócias mais baixas (D,E) e aumentaram o consumo em todas as
ordens. Acredito que o suco de laranja deveria aproveitar essa oportunidade.
400 mil toneladas da bebida, nenhum país importa essa quantidade. O que temos
que fazer é sair de uma produção precária para oferecer um produto de qualidade
ao nosso mercado. Repito, suco de qualidade! Não dá para tomar o que esta sendo
oferecido aí, porque isso não é suco de laranja”.
Com a constante queda na oferta de laranja mundial, em torno
de 40%, cerca de 1.500 milhão de tonelada de caixas Maurício acredita que isso
soe positivo porque “se houver uma recuperação da economia nos Estados Unidos
podendo haver um aumento no consumo de suco aí o mercado passará a ser
demandante novamente”, disse.
Os 4 principais desafios:
Controle do greening e cancro cítrico
Preços correspondentes com o mercado e ao custo de produção
Produção acima de mil caixas por hectare para ser rentável
Estimular o consumo de suco tanto no mercado interno quanto
externo ![]() |
Painel da exposição estimulando os citricultores |
Capa da edição 132 do Jornal Pires Rural
[Matéria publicada originalmente na edição 132 do Jornal Pires Rural, 17/06/2013 - www.dospires.com.br]
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