Dois irmãos, dois instrumentos de corda e duas vozes.
Influenciados pela didática do pai ao ensinar violão para a
filha do meio, irmã de Eduardo - que na época tinha apenas seis anos- e de
Rafael -com 14- foi por onde esses dois iniciaram seus primeiros acordes.
1º prêmio, na Casa de Cultura de Araras com um pagode
|
Hoje, 9 anos depois, os dois formam uma dupla das boas.
Eduardo está com15 anos, tem aquele jeito meio acanhado de adolescente, fala
pouco, procura ouvir mais e aprender, principalmente com o irmão Rafael,
avançado no aprendizado de violão clássico, mas que o destino lhe impôs dez
cordas na mão em formato de viola. Conta ele: “- Por cauda da “dor de cotovelo”
(ao ver o pai ensinando a irmã) comecei a aprender com meu pai; aí meu tio
apareceu com uma viola, meu pai sabia um pouco também e começou a “passar”, só
que me disse: - Você vai aprender por música, não por ouvido que nem eu”.
Durante o estudo de violão clássico, com a professora Estela
Maris, a viola era vista de vez em quando, até Rafael tomar coragem e entrar na
orquestra de viola de Mazinho Quevedo em Araras e “ debandar” de vez para sua
raiz cabocla. “Na orquestra era eu e o Mazinho solando e mais 25 outras pessoas
no violão e viola, cantando e fazendo base”, diz ele.
Foi olhando Mazinho Quevedo tocar e recebendo alguns “toques’
dele que Rafael aperfeiçoou sua técnica. Hoje, ele está com apenas 22 anos e já
tem 20 alunos de viola, inclusive de cidades vizinhas de Limeira, que vão até
sua casa, no sítio, para aprender com ele.
A dupla Eduardo e Rafael pegou firme há dois anos. Nesse
período já se apresentaram em diversos festivais obtendo ótimas colocações. No
último em que se apresentaram, na Casa de Cultura de Araras, conquistaram o 1º
prêmio com um pagode e 2º lugar com uma querumana, na mesma noite. Foram
arranjos para as letras do jornalista campineiro e amigo da dupla Adriano Rosa.
Dupla Eduardo e Rafael à época com 15 e 22 anos respectivamente |
Na televisão, a dupla se apresentou na EPTV, nos programas:
Jorge Moiséis, Fatos e Noticias (ambos da TV Jornal), no Mix cidade e na Hora
do Povo (ambos TV Mix), tocando na frente do Vô Lucato com transmissão ao vivo,
junto ao sorteio do carro no concurso “pé de bode”.
A dupla costuma-se apresentar também em festas de empresas,
lanchonetes e restaurantes. No repertório, Mazinho Quevedo, Almir Sater, além
de “pérolas” da música sertaneja. “Procuramos fazer algo diferente em cada
apresentação. Saio andando e tocando, não procuro ficar o tempo todo parado.
Toco “brasileirinho”, rock na viola, samba, procuramos ser bem ecléticos. Às
vezes meu pai vai junto; aí ele “puxa” uma bossa nova e embala tudo”, explica
Rafael.
Eduardo no vilão e primeira voz, Rafael na viola e segunda
voz estão gravando o primeiro cd. Escolheram o repertorio de 12 canções, sendo
3 regravações de Tião Carreiro e Pardinho, Deley e Dorivan e Goiano e
Paranaense. Segundo eles “músicas de letras bonitas e pouco conhecidas”. Além
de já terem gravado para esse cd 2 músicas inéditas do compositor Chico Amado
(aquele da música “... tá bombando, tá bombando...”).
Falando sobre violas, Rafael tem uma feita por Marcelo
Teixeira, da cidade de Amparo, da marca “Mater”, que lhe valeu um bom
investimento. Quanto às afinações de violas, ele tem notícias de 35 tipos
diferentes delas. Na confecção de um instrumento, ele garante que o material
usado e a pessoa que faz são um peso forte no produto final. “Madeira imperial,
pinho sueco na frente, escala de ébano, uma viola assim sai na faixa de 3 mil
reais, e o som também é muito bonito”, conclui Rafael.
[Matéria publicada originalmente na edição 30 do Jornal Pires Rural, 30/11/2006 - www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…Acompanhe a partir de hoje:
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