Observando os detalhes de arte em objeto em desusos hoje em
dia, o artista buscou em si a certeza do que queria ser quando crescer. João
Fernando Barbosa de Godoy mirava atentamente as capas dos Lp´s (long play/
vinil, aquele disco preto antes do cd) de artistas estrangeiros de rock
sinfônico que procuravam retratar nelas paisagens lunares, lunáticas, com suas
cavernas, fontes, animais exóticos e traçava com canetas Bic (azul,
vermelha, verde e preta) seus primeiros desenhos para os artistas de seu
imaginário. Assim surgiu o Studio JB Godoy de Designer Gráfico. “O
designer gráfico, é um desenhista que vai desenvolver peças gráficas, como
programação visual de uma determinada empresa. Sua logomarca, nome da empresa,
a fachada, cartões de visita, papel de carta. Além de anúncios de revistas,
outdoors, jornal, tudo ligado à parte gráfica e hoje em dia a web
(internet)”, descreve Godoy sobre sua profissão.
Godoy é formado em publicidade e se especializou na área de
desenho que é composta por um leque enorme de opções.
Em seu studio ele ministra aulas de desenhos,
ilustrações para crianças (a partir de 10 anos), adultos e para quem vai
prestar vestibular de arquitetura, designer, artes plásticas e moda.
“Não precisa ter um dom. Qualquer criança gosta de desenho,
é uma linguagem, vêm aqui para desenvolver e aprimorar. Aqueles que têm um
certo dom, vão aprimorar mais rápido e fácil, como na música. Mas todos
têm facilidade de aprender e ter noção
do que é desenho”, cita Godoy.
As etapas das aulas de desenho vão desde a orientação de
como apontar um lápis, aos vários tipos de papel, como observar os detalhes de
cada objeto, noção de luz e sombra, noção de espaço, proporção e de como isso
vai parar no papel. Trabalham as chamadas técnicas “secas” que são os lápis
grafite, lápis de cor, pastel seco na seqüência a técnica “úmida” como nanquim,
guache, aquarela e acrílico sobre tela.
Obras do artista, trabalhadas na chamada técnica “seca” com lápis grafite |
SÍMBOLOS VISUAIS
Godoy acha que o outdoor polui visualmente as cidades. Ele
até cita uma lei que está para entrar em vigor que proibiria o uso dessa mídia
em determinadas cidades com certo número de habitantes. Ele acha que os
publicitários terão que imigrar para outros símbolos visuais que não agridam
tanto a paisagem.
Quanto a vitrines das lojas, orienta que os comerciantes
devem tomar um certo cuidado nos materiais usados, pois a tendência está
tornando-as iguais.
“Aqui em Limeira existem ótimos profissionais que estão
desenvolvendo trabalhos muito interessantes”, comenta.
Neste Natal ele cita que está crescendo o número de empresas
que estão aderindo às correspondências eletrônicas, ou seja, aquele velho e
carinhoso cartão de natal está chegando por e-mail aos clientes preferenciais.
Isso devido a programas de computadores que geram arquivos com desenhos
animados. “Tudo é a necessidade do desenho. Mesmo usando o computador, não quer
dizer que o desenhista está descartado. A máquina é apenas uma ferramenta; é
preciso alguém capaz, profissional estudado para operar esse equipamento para
que saia um bom trabalho. Pra isso tem que ter noção de sombra, luz,
perspectiva, etc”, define Godoy, como deve ser um profissional.
O designer gráfico João Fernando Barbosa de Godoy em meio as suas obras |
Para explicar cientificamente como são os artistas é
simples: pessoas que têm o lado direito do cérebro ativado, estimulado.
“Exatamente” – empolga-se Godoy. – “desenho, música, poetas e escritores são
pessoas que ativam essa parte do cérebro”.
Atuando nessa área desde 1986, somente em 1992 ele abriu seu
studio para as aulas de desenho. Para complementar seus estudos Godoy, resolveu
dedicar-se à cerâmica que esta estudando desde 1998, em cursos nas cidades de
Campinas e atualmente em Piracicaba. “O trabalho com cerâmica é muito
prazeroso. É algo tridimensional, você pode manipular a argila, diferente do
desenho. A argila é viva, você modela a massa da forma que quiser, tem mais
liberdade para se expressar. Quando vai ao forno, na queima, você terá uma
surpresa agradável ou não, pois, depende de diversos fatores, como temperatura
ambiente, se está chovendo ou não, a composição química da argila, cada hora
pode acontecer algo diferente. É aí que está o segredo, o fascínio em trabalhar
o barro. Nunca se torna algo repetitivo. Isso te anima a desenvolver mais
conhecimento. Acho interessante, é algo a que estou me dedicando no momento”,
revela o dedicado e batalhador JB Godoy.
Sua logomarca |
Alem de ter trabalhado em algumas agências de publicidade,
Godoy, como artista plástico, já participou de diversas exposições. Em Limeira
esteve com obras no SLAC (Salão Limeirense de Arte Contemporânea) nas edições
de 1979, 1986 e 1989. Em Piracicaba obteve medalha de bronze no Salão de Belas
Artes, no ano 1990. Outra medalha de bronze em 2001 no Salão Barbarense de
Artes Plásticas. Possui trabalhos espalhados por vários países como Alemanha,
Estados Unidos e Japão.
Godoy é um grande profissional, uma pessoa de alma serena e
ar misterioso, incógnito como todo artista. Você que é leitor do Jornal dos
Pires pôde presenciar uma criação dele desde o número 16, pois é dele a criação
do logotipo de nosso tablóide.
Matéria publicada originalmente na edição 31 do Jornal Pires Rural, 14/12/2006 - www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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