Descendentes de família de italianos produtores de cachaça
Clayton Forner manteve a tradição desde que se instalou nas margens da rodovia
Limeira-Mogi em 1983.
Clayton recorda-se do tempo em que seu pai “lambicava” de
dia e seus tios à noite, isto é, destilavam a pinga. “A cana passava pelo
picador, facilitando a extração do caldo. Extraia-se o caldo mandava direto
para as dornas de fermentação, esse processo durava 24 horas. No dia seguinte o
caldo ia ser destilado, onde deixavam em torneis de 80 mil litros” explica
Forner. O nome da aguardente era Caninha Guaiqui-Cana, em referência ao nome
das terras da redondeza ter o singelo apelido de “Guaiquica” (espécies de ratos que viviam no local).
Por volta de 1985, no engenho as margens da rodovia, o
movimento de clientes começou a aumentar e dar segurança para um expansão do
alambique, como explica Clayton “compramos três ternos de moenda hidráulica,
uma caldeira de 90 m
de altura e a produção aumento dos 150 litros/ hora para 900 litros/hora. Também
compramos quatro tonéis de 25 e 30 mil litros”. Os tonéis são feitos por um
tanoeiro com vigotas de 6 cm
de espessura usando a madeira Jequitibá rosa. “É uma madeira dura, que não
filtra, não dá vazamento e também não passa cor para a pinga, deixando ela
“branquinha”. Para s pingas amarelinhas tenho cartolas de carvalho, que
armazenavam malte de whisky na época de meus avós. Messes barris de 150 litros cada deixo a
cachaça descansar por 5 anos, tenho uma perca de 30%, pela madeira absorver um
pouco o liquido. Fica uma pinga macia, gostosa de beber, com leve sabor do
malte e cor amarelada” descreve.
![]() |
Fachada da empresa nas margens da rodovia Limeira-Mogi.
|
Durante 20 anos a adega Forner destilou o seu próprio
aguardente, mas por alguns remanejo de investimentos, há 4 anos venderam a
destilaria. “Procurei por vários engenhos aquela caninha que era mais próxima
da produzida por nós, para não ter muita diferença no sabor. Hoje compro a
pinga podendo exigir mais da qualidade do produto” declara o proprietário.
![]() |
Clayton Forner Descendente de família de italianos
produtores de cachaça mantem a tradição.
|
Com o passar do tempo à adega foi diversificando sua produção,
acrescentando as pingas com sabores como canela, maçã, abacaxi, ao todo são 10
tipos. “Continuo a produzir as pingas com sabores, amarela, envelhecida. Também
produzo “Campari”, Gim, “St Remy”, Whisky, Vodca, “Martini”. Temos 25 tipos de
licores, 20 tipos de batidas como a “Amarula” que é a mais vendida, tem Açaí.
São batidas cremosas feitas com leite condensado, produção caseiras sem
conservantes e acidulantes do tipo. Também vendemos o vinho que compro direto
do Sul, excelente produto, que só se encontra aqui porque vem a granel. Além de
algumas guloseimas como rapadura, doces em compota, lingüiça caseira e queijos.
Convido vocês para virem aqui provar nossos produtos, tudo o que tem aqui pode
ser comprovado para sentir a qualidade e escolher pelo melhor produto”,
finaliza Clayton Forner.
Matéria publicada originalmente na edição 35 Jornal Pires Rural, 20/02/2007-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
Nenhum comentário:
Postar um comentário