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Xenophanes_trixus |
Gerrie Schrik desde os seis anos de idade foi motivada pela
mãe fotógrafa a ter similaridade com o olhar fotográfico e a curiosidade pela
natureza. Gerrie é natural da Holanda e atualmente reside no bairro dos Pires,
sendo professora de idiomas. Recentemente em sua residência começou a fotografar
as borboletas que viviam a sua volta, com isso foi aumentando sua curiosidade
nas centenas de características que diferem umas espécies das outras. Com essa
curiosidade aguçada, Gerrie foi à busca de informações, pois as borboletas
fotografadas já passavam de 5.000 fotos, foi aí que conheceu o biólogo e
pesquisador da UNICAMP, André Freitas.
“Em minhas cavalgadas comecei a reparar nas borboletas e
teve uma hora que percebi que elas estavam morando em minha casa. Aqui é um
lugar bem úmido, tem uma vegetação bastante diversificada e nunca usei nenhum
veneno, sempre tento fazer um combate natural. Agora que sei que é um abrigo
bom para elas eu faço a limpeza do jardim por etapas deixando espaços para as
lagartas, borboletas e outros insetos se refugiarem. Já tenho umas 100 espécies
registradas”, disse Gerrie.
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A borboleta transparente Maclungia_cyno |
Não encontrando nenhum livro sobre o assunto, a professora
foi em busca de informações pela internet, visualizando informações de borboletas
tropicais em alguns sites americanos e ingleses até que descobriu no Brasil o
pesquisador André Victor Lucci Freitas, do Departamento de Biologia Animal da
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). André tem atuado na área de
Ecologia, Sistemática e Evolução de Lepidóptera (borboleta e mariposa),
trabalhando principalmente com os temas borboletas, conservação, taxonomia,
imaturos e sistemática filogenética. “Teve um tipo de borboleta que encontrei
na cor marrom escura e outra no marrom claro, pensei; é outra espécie, será que
desbotou, talvez, não sabia. Fui descobrir que era fêmea e macho”, comentou
Gerrie que se considera uma curiosa que gosta de observar, fuçar e inventar.
Ela enviou um email para o pesquisador e agendou um
encontro na UNICAMP onde levou suas fotos para saber quais espécies de
borboletas havia clicado. “Para minha surpresa o email foi respondido no mesmo
dia. Aí peguei meu computador cheio de borboletas e levei para ele analisar”, continuando,
“o André achou muito legal pelo fato que tem muitas espécies que os biólogos
não têm quase nenhuma informação. Aqui pode ser uma área de interesse, é
provável que venha alguns alunos até o final do ano e quem sabe encontrar algo
diferente e essa informação ser compartilhada”.
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Morpho_helenos |
Para Gerrie a informação chegar até outras pessoas, passando
pela comunidade local, é o que a deixa mais entusiasmada em continuar suas
fotos e a pesquisar, sua pretensão é lançar um livro em forma de catálogo, que
tenha um conteúdo didático para servir de aprendizado para a preservação da
fauna e flora na região do bairro dos Pires.
Reprodução das borboletas
Na maturidade sexual os machos procuram as fêmeas para se
acasalarem. A fecundação do ovo ocorre segundo antes da oviposição, quando a
fêmea comprime a bolsa com o esperma. Na natureza a fêmea chega a botar cerca
de 100 ovos, quando esses ovos eclodem pequenas lagartas vão se
desenvolvendo até chegarem novamente à fase de pupa. As lagartas de Lepidópteros
(borboleta e mariposa) apresentam cabeça e patas visíveis. Apresentam no tórax
os 3 pares de patas verdadeiras e no abdome 1,2 ou 4 pares de falsas patas, ou
pseudopatas.
Capa da edição 135 do Jornal Pires Rural
[Matéria publicada originalmente na edição 135 do Jornal Pires Rural, 06/08/2013 - www.dospires.com.br]
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