No dia 27 de junho um grupo de 77 mulheres percorrerão 328 km a pé de Limeira a
Aparecida, SP. Serão nove dias caminhando 38 km (varia até 45) todos os dias, com uma
bagagem mínima com kit bolhas, artrite, sem o conforto da própria cama e chuveiro. Percorrerão um caminho onde
resistência física não é o suficiente. É preciso resistência e mais um pouco,
porque o cansaço é cumulativo e quando o corpo não corresponde é necessário ter
equilíbrio espiritual para atingir a promessa da chegada.
A Romaria de mulheres da Casa de Apoio Romeiros de Aparecida,
CARA, surgiu do desejo das mulheres dos romeiros da Comunidade Divino Espírito Santo, que já
percorrem esse caminho há 23 anos (este ano participaram 150 romeiros para a
caminhada de 7 dias). No dia 12 de outubro de 2004 foi realizada a
primeira reunião com o Sr. Valdevino Vieira para eleger uma coordenação para
organizar a primeira Romaria de Mulheres. Foram nomeadas Geni Alcaraz Gamis,
Gislene Andrade Ferreira Guedes, Gisélia F. Osava, Idalina J. C. Galina.
“A partir daí,
elaboramos o regimento; foi feito uma programação para o treino, o valor de
inscrição de R$ 270,00 e a obrigatoriedade da participação do retiro espiritual
(3 dias), assinar um termo de responsabilidade sobre a avaliação médica. Não se
tinha noção da distância diária a ser percorrida. Então, o grupo foi até a
cidade de Piracicaba e voltou para Limeira a pé. Desta forma, foi calculada a
média diária do grupo (21 mulheres)”, afirma Geni Alcaraz Gamis.
Nesses quatro anos de Romaria, o grupo aumentou de 21 para
77 mulheres, ganhou estrutura, experiência e tem muitas histórias para nos
contar. São experiências de pessoas que se inscrevem com a convicção de chegar
até Aparecida para poder agradecer e pedir a graça da volta no próximo ano. “Acontecem
fatos inusitados e imprevisíveis como, por exemplo, ter bolhas nos pés num ano
e no outro não, aquelas que têm problemas de coluna, artrose, artrite, podem
ter crise ou não. Já aquelas que fazem a inscrição temendo o que pode acontecer
sempre têm histórias de torções nos joelhos ou pés. A determinação é um fator
que influencia muito para que a romeira possa chegar bem” afirma Idalina.
“ Temos o exemplo da Dona Teresinha, 68 anos, apresenta
problemas de saúde como artrite, artrose, muitas dores, não apresenta um porte
atlético e nos surpreende. Ela caminha com um cajado, sem reclamar, segue
adiante, e num dos piores trechos da Rodovia Fernão Dias ela tira de letra. Quando
preciso, cede o cajado para as mais novas subirem o morro. Trata-se de um caso
tão motivador que ela trouxe uma amiga, a Dona Penha. É muito importante
controlar a dor”, afirma Gisélia.
As orações durante o percurso mantêm o grupo unido na fé e o
passo firme. As orações iniciam ao acordar, na hora das refeições, à tarde, ao
deitar-se. Aquelas que não sentirem a
necessidade de rezar, não são obrigadas, mas devem permanecer com o grupo.
No dia 27 de junho o grupo partirá da Comunidade Divino
Espírito Santo após missa marcada para as 05:00h da manhã. Boa Viagem!
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos. Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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