Carmem, empresária da Tui, produz
alimentos orgânicos desidratados. Atende ao público nomeado single, que vive só
em regiões metropolitanas, alimenta-se com produtos fáceis de serem preparados
e são exigentes na qualidade do que consomem.Os principais alimentos consumidos
pela empresa são abóbora, abóbora cambottia, cheiro verde, brócolis, abobrinha,
berinjela, espinafre, escarola, cenoura, tomate, feijões.
A empresária sente muita
dificuldade em adquirir os alimentos orgânicos com precisão na entrega e
qualidade. Não é o tempo todo que conseguimos produtos com qualidade, os
alimentos devem ser selecionados no ponto máximo de maturidade, mas isso não
ocorre para quem precisa trabalhar com 100% orgânico, afirma.
Jornal Pires Rural – Qual é a
maior dificuldade para quem trabalha com produtores de alimentos orgânicos?
Carmem – O setor tem que melhorar
muito para atender a demanda destes alimentos. Os serviços devem ser
melhorados. O produtor não tem trabalhado nas soluções de problemas, não bastam
os cursos de capacitações, porque todo dia eu corro o risco de não produzir
como me ocorre constantemente. Por um problema ou outro o produtor não entrega
os alimentos que eu encomendei. Quando chega, dificilmente está correspondendo
a um padrão de qualidade. Tudo isso gera custo para uma empresa.
Produto do Tui alimentos |
Jornal dos Pires- O mercado quer
consumir alimentos orgânicos?
Carmem – Sim. Hoje fica difícil
atender a demanda da minha empresa com produtos 100% orgânico. Eu preciso de
alimentos como o feijão azul, tive um produtor de Casa Branca que, por
problemas, interrompeu a produção, eu não conheço outro produtor de feijão azul
e preciso do produto para abastecer o mercado.
Jornal dos Pires- Como é a
realidade de sua empresa com essas dificuldades perante os fornecedores?
Carmem- Como pequena empresa, eu
não tenho condições de contratar o canteiro do produtor e assumir a logística.
Hoje a minha produção é o que eu conseguir dos fornecedores, e , conto com o
desperdício, porque quando a mercadoria chega, minha equipe tem que selecionar, e isso custa
caro. Eu coloco no mercado o que eu encontro, e não o que eu preciso.
Carmen Kawall e suas colaboradoras |
Jornal dos Pires- Como você
entende todo esse processo com o setor de orgânicos?
Carmem- Na minha opinião os
produtores orgânicos estão muito interessados em atender o consumidor das
bandejas e todo o restante da produção ser jogada fora. Por exemplo, eu
trabalho com uma cooperativa de alimentos orgânicos que aquele que vende o
alimento na bandeja ganha o mesmo que aquele que vende na caixa, e isso gerou
conflitos entre eles, e quem perdeu foi a minha empresa que está sem os
produtos (foi suspensa a entrega).
Matéria publicada originalmente na edição 36 Jornal Pires Rural, 10/03/2007-www.dospires.com.br]
Em comemoração aos 10 anos do início do Jornal dos Pires, logo acrescentado o Rural, tonando-se Jornal Pires Rural, estaremos revendo algumas das matérias que marcaram essa década de publicações, onde conquistamos a credibilidade, respeito e sinergia com nossos leitores e amigos.
Quase sem querer iniciamos um trabalho pioneiro para a área rural de Limeira e região, fortalecendo e valorizando a vida no campo, que não é mais a mesma desde então…
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